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Um encontro surpreendente

R. Leonardo Alanati

Lemos na Torá que após uma batalha para salvar seu sobrinho Lot, Abrão encontrou um personagem misterioso: “Foi Malchi Tsedek, rei de Shalêm, que forneceu pão e vinho. Ele era sacerdote de Deus, o Altíssimo, e abençoou Abrão dizendo: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimoque cria o céu e a terra! Bendito seja o Deus Altíssimo que entregou teus adversários às tuas mão! Ele (Abrão) lhe deu o dízimo de tudo.” (Gen. 14:18 - 20)

O R. Gunter Plaut escreveu o seguinte comentário: “Malchi Tsedek e Abrão usaram o mesmo termo, El Elion, o Deus altíssimo, mas este termo possuía significados distintos para cada um deles. Cada um se refere ao seu próprio Deus, o rei pagão à sua divindade pagã e Abrão ao “Deus altíssimo”. Eles rezaram juntos, cada um respeitando a fé do outro. Desta forma eles deram o exemplo de um “culto inter-religioso” na antiguidade. Eles usaram formulações totalmente aceitáveis ao outro, possibilitando a oração conjunta.” (The Torah: A modern Commentary p. 114)

Abrão nos deu um exemplo de coragem rezando com um sacerdote pagão justo. Judeus e pessoas de outros credos podem rezar juntos se usarem termos que compartilham tais como Deus, amor, justiça ou paz.

Abrão não perdeu a sua fé após este encontro. Ninguém tentou forçar o outro a aceitar suas crenças e observâncias religiosas. No final, Abrão partiu do encontro sentindo-se abençoado. Aqueles que trabalham em prol do diálogo e da ação conjunta entre grupos de religiões diferentes geralmente compartilham da sensação de Abrão de apreciar a atmosfera de respeito mútuo e de sair de cada encontro, de cada evento realizado juntos, ainda mais abençoado.